Artistas destacam falta de acesso ao fomento cultural nas periferias
Nlaisa Luciano, artista e bolsista do projeto Tecendo Diálogos,
do Rio de Janeiro, explicou que os editais de incentivo cultural, pela
própria forma como são escritos, já impedem grupos periféricos de
receberem o fomento.
“Também acessibilizar esses editais, porque a gente percebe que
nas nossas favelas e periferias há muitos grupos e coletivos
extremamente potentes quando se pensa a questão artística, mas que às
vezes não têm oportunidade de ter esse letramento de editais, né?”
O deputado Alfredinho (PT-SP) lembrou a criação de leis
importantes para o incentivo à cultura, como é o caso da Lei Aldir Blanc
e da Lei Paulo Gustavo. Mas, para ele, a legislação não abrange toda a
classe artística brasileira. Ele explicou que a burocracia dos editais é
um grande obstáculo para que os recursos cheguem às periferias, e por
isso pretende apresentar um projeto de lei que facilite esse acesso.
“Se a gente conseguir fazer com que esses recursos cheguem,
imagina o que vai fomentar de emprego, salário, e tirar a juventude do
crime, que é uma disputa que a gente tem”.
Lamartine Silva, membro do movimento hip hop Favelafro, de São
Luís no Maranhão, contou que a divergência política entre movimentos de
cultura da periferia e governos estaduais, muitas vezes excluem esses
grupos dos editais de cultura.
“Por a gente se opor a determinados governos em alguns lugares,
em alguns estados onde o governo não é progressista esses movimentos de
periferia ficam de fora dos processos dos editais, seja da Aldir Blanc
ou Lei Paulo Gustavo”.
Benedita da Silva (PT-RJ) foi quem propôs a audiência pública, ao
lado do deputado Alfredinho. Ela finalizou a audiência enfatizando a
importância de fomentar a cultura periférica, especialmente a memória
histórica dos quilombos e comunidades negras.
Da Rádio Câmara, de Brasília.
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