Governo da Paraíba realiza Festival de Cultura Quilombola em Catolé do Rocha
O Governo da Paraíba, por meio das Secretarias de Estado da Cultura
(Secult-PB) e da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh), promoveu, nesse sábado
(25), em Catolé do Rocha, o III Festival de Cultura Quilombola. O evento contou
com a parceria da Prefeitura da cidade e com a Coordenação Estadual das
Comunidades Negras e Quilombolas da Paraíba (Ceqnec).
Cada comunidade fez uma apresentação cultural. A dança, a capoeira, a música e
o reisado foram as principais representações artísticas que passaram pelo
festival. As trilhas sonoras escolhidas e as histórias contadas nas encenações
mostraram que o sentimento unânime entre as comunidades é de orgulho. Numa
exaltação à ancestralidade, os grupos levaram músicas que remontam ao
nascimento dos quilombos e a diferença de gerações reforça que a identidade
quilombola, felizmente, se perpetua na Paraíba.
Em meio às apresentações, uma senhora chamou a atenção do público pela alegria
e disposição. Era Maria da Guia, que além de muita energia, também tem muita
história para contar.
Dona Da Guia é presidente da associação do bairro São Sebastião, do Talhado, em
Santa Luzia, e conta que o Festival Quilombola é importante pois através de
eventos como esse, as comunidades puderam se reconhecer e se reafirmar enquanto
quilombolas. O racismo que ela lamenta ainda sofrer, hoje é encarado com
altivez, diferente de outrora, quando a unidade do movimento ainda não era tão
consistente. De acordo com ela, os encontros fortaleceram a comunidade.
“Antes a gente não participava desses eventos porque não sabia quem era
quilombola, não conhecia tanto as outras comunidades. Fico muito agradecida por
poder participar e poder aprender muito aqui. Eu me diverti muito, sempre me
divirto. Quero que a gente seja reconhecido, isso dá força ao nosso povo
quilombola”, destacou Da Guia.
Estiveram presentes, o secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos; o
secretário Executivo de Cultura, Cicinho Lima; o prefeito de Catolé do Rocha,
Laurinho Maia; a secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia
Moura, e o presidente do Ceqnec, José Amaro.
O secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, destacou os recursos
destinados à cultura na Paraíba e como a população quilombola tem sido
prioridade neste Governo. “Quando a gente fala em política de equidade racial,
a gente fala da luta pela garantia de direitos e falar sobre equidade é mexer
em privilégios históricos. Pela primeira vez, a Paraíba está destinando R$ 9
milhões para pessoas pretas realizarem os seus projetos culturais. É com muito
orgulho que a gente vem aqui dizer que do valor destinado à Lei Paulo Gustavo
na Paraíba, 30% vão para pessoas negras, quilombolas, indígenas e LGBTs”,
afirmou Pedro.
Lídia Moura destacou a riqueza cultural das comunidades quilombolas. “É uma
cultura que nos orgulha muito. A produção cultural, a produção para o
artesanato e para outros produtos comercializáveis. As comunidades quilombolas
da Paraíba fazem parte da nossa construção. Muito nos honra estar aqui na
terceira edição deste festival que enaltece a nossa ancestralidade. Esse é o
compromisso de um governo que reconhece a sua história”, disse a secretária.
O prefeito de Catolé do Rocha, Laurinho Maia, falou sobre a importância da ação
junto ao Governo do Estado e o Ceqnec. “Essa é uma parceria importante tanto
para o Governo do Estado, que é sempre presente, quanto para o nosso coordenador
José Amaro que tem feito a diferença na construção do Festival Quilombola. Para
a gente, é motivo de alegria. Além da visibilidade turística, reforçamos a
cultura da nossa cidade e reafirmamos o nosso compromisso com os povos
quilombolas”, comentou o prefeito.
Para José Amaro, o Festival de Cultura Quilombola representa uma parceria
importante. “Estar junto à Secult fazendo o festival da maneira que a gente
pensou é muito gratificante. É de grande importância para o nosso movimento.
Hoje, aqui em Catolé do Rocha, reunimos mais de 30 comunidades quilombolas que
trouxeram o seu artesanato, a sua comida típica e puderam representar o nosso
estado, do Litoral ao Sertão”, observou.
Fonte: Repórter PB
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