Artistas de João Pessoa cobram novamente à Funjope pagamento atrasado do Edital de Fomento Cultural
Em fevereiro de 2025, artistas realizaram um ato na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), cobrando transparência e o cumprimento dos pagamentos. A Funjope informou na época que estava organizando o cronograma de repasses, que foi enviado após protesto e postergou o pagamento em quatro partes. O assunto voltou a ter desdobramentos nessa última sexta-feira (27), quando a data da terceira parcela dos recursos venceu e artistas e fazedores de cultura ficaram sem seus pagamentos e sem comunicação por parte da fundação.
O Conselho Municipal de Política Cultural de João Pessoa foi acionado pelos próprios artistas, mas também não tiveram resposta da Funjope sobre os pagamentos. O Brasil de Fato PB entrou em contato com a Funjope, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Para Givanildo M. da Silva, presidente do conselho municipal, a situação reflete um problema mais amplo: “Não é só o Fundo Municipal de Cultura. A gente está com problemas de pagamento em diversos setores e editais da cultura”. Ele cita casos como os editais Políbio Alves, Fest Cine, Paixão de Cristo, que não foram devidamente pagos.
“Isso mostra um problema estrutural. A política cultural de João Pessoa tem sido extremamente desrespeitada: os trabalhadores, as trabalhadoras e a cultura da cidade”, afirma Giva, como é conhecido o presidente do conselho. Ele também pontua que a priorização de grandes eventos com alto custo em detrimento da produção cultural cotidiana faz com que aqueles que fazem cultura na Paraíba fiquem à margem e desvalorizados; sem receber os valores estimados por editais.
Caio Ceragioli, fazedor de cultura, explica como o atraso afeta diretamente a realização dos projetos: “Muitos estão parados, muitos tiveram que colocar valores do próprio bolso ou recorrer a empréstimos, agiotas”.
Para Ceragioli, a perda fica tanto para os artistas quanto para a população, que, “até agora não teve acesso a produtos como festivais, ações em escolas públicas, publicações de livros, apresentações, circulação de espetáculos.” Enquanto os recursos não são liberados, e a comunicação permanece escassa, a política cultural da capital paraibana continua escanteada.
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