MinC dialoga com setor de música e viola caipira sobre Política Nacional para as Culturas Tradicionais e Populares
Além das escutatórias temáticas, são realizadas etapas regionais e estaduais dos encontros. Até o momento, já participaram os estados de Pernambuco, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Espírito Santo, Ceará, Tocantins, Pará e Paraná. As atividades seguirão até setembro, com a participação de instituições, entidades, mestres e mestras, artistas, gestores culturais, pesquisadores e demais interessados no tema.
Durante a atividade, o diretor de Promoção das Culturas Tradicionais e
Populares do MinC, Tião Soares, apresentou os avanços na construção da
nova política pública e destacou a importância da viola caipira para a
identidade cultural brasileira.
“Ao som da viola caipira e de
outras vertentes da família da viola, que ecoa nos rincões do Brasil,
encontramos a melodia de nossa identidade. Nesta escutatória cultural,
cada nota, cada verso, é um clamor por reconhecimento e valorização. A
voz dos mestras e mestres que, com suas histórias e conhecimentos, tecem
a imensa teia das culturas tradicionais e populares, fundamentos
imprescindíveis para a construção de políticas que sustentem nossas
raízes. Que a sabedoria dessas vozes ressoe em cada canto, lembrando-nos
de que a diversidade é nosso maior legado e as culturas populares, a
alma pulsante de um Brasil que se reafirma a cada compasso”, afirmou.
O encontro possibilitou ainda o debate sobre as principais demandas da música e da viola caipira. Entre os pontos destacados pelos participantes estavam: apoio para a realização de um mapeamento dessa cadeia produtiva; reconhecimento por parte do estado da cultura caipira como um guarda-chuva para uma gama de manifestações da cultura popular; apoio na realização do 2º seminário da cadeia produtiva da música e viola caipira e na criação do memorial da música e viola caipira.
Segundo Volmi Batista, um dos fundadores do Clube dos Violeiros de Brasília, o encontro é um espaço democrático de fala e reflexão sobre a abrangência deste seguimento no Brasil contemporâneo, que ainda enfrenta invisibilidade e desvalorização.
“A música e viola caipira, historicamente, sofrem uma certa discriminação e falta de reconhecimento e atenção do poder público e da mídia em geral, mesmo sendo uma cadeia com um poder produtivo enorme. Este seguimento da nossa cultura popular é o mais próximo do povo que garante a comida na mesa, como a agricultura familiar, ribeirinhos e outras que respeitam padrões de sustentabilidade. É o setor que transmite os mais profundos sentimentos de brasilidade do povo brasileiro, ou seja, "cultura sem agrotóxico”, defendeu.
Sobre a Política Nacional para as Culturas Tradicionais e Populares
A elaboração da nova política é realizada no âmbito de um Grupo de Trabalho instituído pela Portaria Nº 151/2024 e coordenado pela Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural. O colegiado é composto por representantes (titulares e suplentes) de 13 Secretarias e entidades vinculadas integrantes do Sistema MinC, além de convidados de 18 Ministérios, 13 Associações, Entidades e Movimentos Nacionais culturais, sete pesquisadores e 54 mestras e mestres das culturas tradicionais e populares de todas as Unidades da Federação do Brasil.
Cultura CZ com Ascom/MinC
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